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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ações da Petrobras desabam e puxam queda de 2% da Bovespa

Papéis da petroleira caíram mais de 9%; no ano, perda ultrapassa os 40%.
Ibovespa fechou em queda de 2,05%, aos 47.018 pontos.


A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta segunda-feira (15), mais uma vez puxada pelo tombo das ações da Petrobras, que fecharam cotadas abaixo de R$ 10,  em meio a novo adiamento da divulgação do balanço trimestral não auditado da estatal e queda dos preços do petróleo no exterior.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caiu 2,05%, aos 47.018 pontos. Este é o menor patamar de fechamento desde 19 de março, quando a bolsa fechou aos 46.567 pontos.
O volume da sessão alcançava cerca de R$ 10 bilhões, inflado pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações encerrado às 13h, que somou R$ 3,6 bilhões.
As ações preferenciais da Petrobras perderam 9,2%, a 9,18%, menor cotação de fechamento desde maio de 2005. Os papéis ordinários cederam 9,94%, a R$ 8,52, mínima desde julho de 2004. Trata-se da maior queda desde o final de outubro.
Arte problemas Petrobras (Foto: Editoria de Arte/G1)
Sinal vermelho
Nesta segunda-feira, as ações da companhia chegaram a entrar em leilão, deixando de ser negociados a preços livres. Isso aconteceu porque as ações chegaram à variação negativa de 10% em relação ao preço inicial. As ações ordinárias foram à leilão às 14h47, quando foram negociadas a R$ 8,54, enquanto as preferenciais entraram em leilão às 14h57, quando houve negócio a R$ 9,18. Ambas as ações tiveram o término do leilão prorrogado algumas vezes, sendo que no caso das ordinárias o novo preço-base passou a ser R$ 8,57.
O economista Jason Vieira, diretor-geral do portal de informações financeiras MoneYou, explica que o mecanismo é uma medida "extraordinária", utilizada para evitar oscilações ainda maiores na cotação de uma ação. "Quando há uma oscilação muito grande, principalmente para baixo, costuma-se travar o preço dessas operações e entrar um leilão para evitar que este preço entre numa derrocada ainda maior", dise o analista ao G1. "É um sinal vermelho, é quase como que um stop loss", acrescenta, se referindo ao tipo de ordem de negociação que determina a venda de uma ação com a intenção de se evitar perdas ainda maiores.

Segundo a BM&F Bovespa, a variação de 10% no preço das ações leva a leilão com prazo de 1 a 15 minutos, sem a suspensão de negociação das ações.
Queda de mais de 40% no ano
As ações da Petrobras terminaram no vermelho pelo sexto pregão consecutivo, acumulando no período um declínio de 25%. No ano, a desvalorização dos papéis da Petrobras já superam os 40%.
Para o gestor Julio Erse, da NP Investimentos, os ativos da estatal parecem se encontrar em uma "tempestade perfeita", com as investigações sobre as denúncias de corrupção  acontecendo combinadas com problemas para a divulgação das demonstrações contábeis e queda dos preços do petróleo. "Não há visibilidade para dizer se o papel está caro ou  barato", afirmou.
O Credit Suisse cortou o preço-alvo dos ADRs (recibo de  ação) da estatal de US$ 14 para US$ 7,30 dólares, e manteve recomendação "neutra".
A Petrobras adiou na sexta-feira o balanço trimestral por novos fatos relacionados à operação Lava Jato que investiga um suposto esquema de corrupção na estatal, mas reportou alguns números sobre o período, como endividamento líquido de R$ 261,45 bilhões e fluxo de caixa positivo de R$ 4,25 bilhões.
Para a equipe do BTG Pactual, os números não são conclusivos e fica difícil interpretá-los como positivos sem ter em mãos ao menos como foi a variação do capital de giro da companhia. Em nota a clientes, o banco avaliou ser difícil a companhia divulgar os dados auditados em janeiro.
Outros destaques
O recuo dos papéis da Petrobras potencializou um movimento global de aversão a risco, particularmente em mercados emergentes, que fez despencar a moeda da Rússia e derrubou a lira turca e colocou o índice MSCI de emergentes nos níveis de março deste ano, destaca a Reuters.
queda de 0,26% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro ante setembro também pesou sobre a bolsa nesta segunda.
Itaú e Bradesco também pesaram no índice, com quedas de 2,13% e 2,82%, respectivamente.
O Goldman Sachs publicou relatório citando que está entrando em 2015 mais cauteloso com bancos brasileiros, e reduziu a recomendação de Itaú para "neutra". Na mesma linha, a Fitch Ratings disse que o setor bancário brasileiro enfrenta perspectiva negativa em 2015.
As ações da Oi não susteram a alta e fecharam em queda de 0,89%, mesmo após a divulgação de números preliminares de desempenho em outubro e novembro, considerados ligeiramente positivos pelo Credit Suisse.
Entre as poucas altas do dia, Usiminas acelerou no final do pregão, fechando com ganho de 6%, enquanto o papel ON da siderúrgica, que não faz parte do índice, avançou 10,6%.
CSN também firmou viés ascendente no final, para terminar com elevação de 2,4%.

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