A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras quer ouvir o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa na próxima quarta-feira (17). A decisão foi tomada por unanimidade pelos membros da Comissão em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (10).
Paulo Roberto Costa foi preso em março deste ano durante a operação Lava Jato, da PF (Polícia Federal), sob acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
Diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras entre 2004 e 2012, ele fechou um acordo com a PF de delação premiada — em que o réu revela informações em troca de redução da pena. Os depoimentos aos agentes federais acontecem há mais de uma semana, em Curitiba, onde ele está preso.
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPMI (Comissão Parlamenta Mista de Inquérito), disse que já pediu acesso aos depoimentos de Paulo Roberto e que irá solicitar que a CPMI se torne parte integrante do processo de delação. Os parlamentares também tentam uma reunião ainda nesta quarta com o relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Teori Zavascki.
— Durante a manhã de hoje, eu insisti nessa audiência com o ministro para que ele possa me receber com membros da comissão para afinarmos e discutirmos esses depoimentos. Nós sabemos que o ministro tem uma agenda interna, que é a posse do ministro Lewandowski como presidente do STF, mas nós insistimos com a audiência para hoje.
Sobre o posicionamento do procurador-geral da República , Rodrigo Janot, de que os depoimentos não seriam distribuídos, o senador Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que a CPI tem respaldo jurídico para receber os documentos.
— É um direito do Congresso. Nós não vamos pedir, nós vamos exigir que aquilo que chega ao STF venha também para a CPI através de um peticionamento. Independente dele vir e depor, o que ele disse na delação premiada tem que vir para a CPI.
Na tarde desta quarta, a CPI mista ouvirá o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Ele é apontado como o principal responsável pela decisão da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) pela Petrobras.
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