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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Amazon começa a vender livros no Brasil com catálogo de 150 mil títulos

Até agora, empresa vendia apenas eBooks e o leitor eletrônico Kindle.
'Nosso passo agora é atender quem não quer ler no digital', diz diretor.



Pouco mais de seis meses após ter entrado para valer no comércio pela internet de bens físicos no Brasil, a Amazon começa nesta quinta-feira (21) a vender livros e vai estrear no país em um segmento que ajudou a revolucionar ao redor do mundo.
Quando chegou ao país, em dezembro de 2012, a Amazon vendia 13 mil livros digitais em português. Hoje, já são 35 mil – considerando outros idiomas, chegam a mais de 2 milhões. Esses títulos terão que dividir agora espaço na prateleira da Amazon com os mais de 150 mil títulos físicos que a empresa começará a vender.
Vice-presidente da Amazon no Brasil, Alexandre Szapiro, segura um Kindle Paperwhite, aparelho que a empresa começa a vender e, assim, inaugura sua operação comercial de produtos físicos no país. (Foto: Divulgação/Amazon)Diretor-geral da Amazon no Brasil, Alexandre
Szapiro, segura um Kindle Paperwhite, aparelho
que a empresa começa a vender e, assim,
inaugura sua operação comercial de produtos
físicos no país.  
"A gente já vendeu milhões de livros desde que começou nossa história aqui 20 meses atrás", disse Alexandre Szapiro, vice-presidente da Amazon no Brasil. “Há dois anos, o mercado de livros digitais representava menos de 1% do total. Hoje, o segmento de livros digitais, segundo o que as editoras acreditam, deve fechar o ano de 2014 entre 4% e 5%”, diz o executivo. A entrada da Amazon no comércio on-line de itens físicos ocorreu em fevereiro, quando a empresa passou a vender o leitor eletrônico Kindle. “Quando eu vendo um Kindle, estou atendendo entre 4% e 5% dos leitores. Agora, a gente passa a atender os outros 95% que não têm interesse no digital”, afirmou aoG1. Ficam para depois, no entanto, as estreias no Brasil de outros serviçoçs da empresa como o pacote de assinatura mensal de livros digitais, o Kindle Unlimited, e as vendas on-line de outros itens.
No catálogo, que o executivo alega ser o maior do Brasil, estarão presentes títulos de 2,1 mil editoras, como Record e Companhia das Letras. O país é o primeiro na América Latina em que a Amazon começa a vender livros. A companhia chegou apenas em agosto de 2013 ao México, o outro latino onde está presente. Além dele, a Amazon não vende livros apenas na Austrália.
Recomendação
Na prática, o que muda para o leitor é que a loja começará a mostrar, quando houver essa opção, os formatos impresso e virtual dos títulos. O preço de um formato para outro também é diferente.
Segundo Szapiro, ter trazido ao Brasil os livros digitais antes dos físicos ajudou a Amazon a conhecer o leitor brasileiro antes da briga para valer. “Isso ajuda muito no algoritmo e nas questões que a gente tem de recomendação”, diz.
Já o início da operação no varejo on-line com o Kindle, apesar de não ser correlata à de livros, criou algumas práticas que serão replicadas para as publicações: as devoluções poderão ser feitas em até 30 dias – o Código de Defesa do Consumidor obriga empresas a aceitarem produtos de volta em até 7 dias – e os prazos de entrega, segundo o executivo, serão mais realistas. “Se eu acho que posso entregar em oito dias em Cuiabá, mas em 20% ou 30% das vezes acontece em dez, eu vou falar que o prazo de entrega é de dez dias.”'
Kindle Fire tem tela de 7 polegadas e conexão Wi-Fi (Foto: Shannon Stapleton/Reuters)Kindle Fire tem tela de 7 polegadas e conexão
Wi-Fi.
Leia enquanto enviamos'
Para ganhar o coração dos leitores amantes do papel, a Amazon apresentará algumas novidades. A primeira delas, o recurso “Leia enquanto enviamos”, permitirá que o comprador de um livro físico possa começar a leitura antes mesmo de a publicação chegar à casa dele. Após fazer o pedido, ele pode ler no navegador. Como o título será adicionado à conta do cliente, a leitura também poderá ser feita em tablets e smartphones, por meio do aplicativo Kindle.
A segunda delas é promocional: o frete para qualquer lugar do país será zerado se a compra não ultrapassar os R$ 69. A terceira também, mas vale apenas para a cidade de São Paulo: para alguns CEPs, compras até as 11h são entregues no dia seguinte.
Mercado
Com a chegada da Amazon de vez ao mercado editorial brasileiro, a norte-americana transporta para o país a expectativa em relação à sua agressiva política de preços. O mais novo lance do embate entre escritores e editoras, de um lado, e a Amazon, do outro, foi a carta que 909 escritores publicaram no jornal “New York Times” na semana passada. Nela, pediam para a empresa deixar de prejudicar a vida dos escritores.
O novo capítulo da disputa foi aberto há três meses quando a editora Hachette não concordou com a política da Amazon de sempre comprar livros pelo menor preço. A Amazon diz que apenas luta por “preços razoáveis”. No Brasil, Szapiro prefere não entrar na arenga, mas comenta: “Até onde eu entendo, eu não tenho conhecimento de consumidores reclamando da Amazon”.

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