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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Como economizar água com instalação de hidrômetros individuais no condomínios

Hidrômetro de prédio residencial em São Paulo
Fazer a chamada "individualização" da conta de água nos condomínios pode custar - em média - entre R$ 320 e R$ 3 mil para cada morador de um prédio, segundo levantamento. É preciso avaliar estrutura do edifício, ver se o projeto já previu a obra, consultar o histórico da empresa que será contratada para o serviço e aprová-lo em assembleia. Dá trabalho, mas o investimento compensa: a água representa 15% dos gastos de condomínios.
A "individualização" é considerada a forma mais eficaz para reduzir o consumo nos apartamentos, mas, na maioria dos prédios, a medição ainda é feita em um único hidrômetro para todos os moradores. O valor total da conta, depois disso, é dividido em parcelas iguais na taxa de condomínio e não deixa claro quanto cada um está gastando. Na cidade de São Paulo, não há uma lei que obrigue as construtoras a projetarem os edifícios com instalações prontas para a individualização, segundo a Prefeitura.
Os prédios mais modernos costumam ser entregues com a estrutura pronta, mas sem os hidrômetros separados por apartamento, apenas o geral do condomínio. Há basicamente duas formas de fazer a individualização nesses casos: contratando uma empresa com tecnologia homologada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ou outras sem o "selo", mas reconhecidas no mercado.
A Sabesp não faz o serviço de adaptação e colocação de hidrômetros individuais em cada apartamento. Entretanto, se a terceirizada tem tecnologia homologada pela companhia, a conta de cada mês pode ser emitida pela própria Sabesp e enviada separadamente para cada apartamento. Assim dá para acompanhar o consumo mensalmente e descobrir se há desperdício e vazamentos.
No outro caso, a empresa terceirizada vai ficar responsável por todo processo: instala os medidores, faz a leitura do relógio de cada unidade por telemetria e informa ao condomínio os dados para cobrança. Nessa situação, a conta do prédio segue sendo única, mas o síndico poderá fazer a divisão do valor de acordo com o consumo de cada apartamento. Se houver inadimplência de algum morador, o custo é rateado entre os outros condôminos. 

O pedido para a colocação dos hidrômetros individuais por empresas homologadas pela Sabesp deve ser feito pelo síndico, por meio do Sabesp Soluções Ambientais (SSA) no telefone 0800 771 24 82. Os moradores de cidades que não são abastecidas pela Sabesp devem consultar com as autarquias ou empresas que fazem o serviço para verificar qual o procedimento no município.

Para fazer a mudança em prédios já projetados para a individualização, o procedimento é simples e só depende da colocação dos equipamentos por uma empresa terceirizada ou pela Sabesp. O custo varia entre varia de R$ 320 e R$ 1,6 mil, já contando a mão de obra, por apartamento. Existem projetos que colocam um equipamento por registro (banheiro, cozinha e área de serviço), então por isso a diferença de preços. O tipo de contratação fica a cargo do condomínio, depois de uma reunião com os moradores.

No caso dos edifícios sem a preparação para os hidrômetros por apartamento, a adaptação hidráulica é mais complexa e depende da análise técnica. Em alguns casos, a mudança pode não ser viável. Especialistas alertam para os riscos nos empreendimentos antigos. “O trabalho é complexo, com intervenções grandes e demoradas, e já encontramos obras mal feitas que aumentaram os problemas”, afirmou o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Wolney Castilho Alves.

Os prédios mais antigos possuem as prumadas, canos que na maior parte das vezes precisam ser trocados ou adaptados. E isso deixa a instalação de hidrômetros individuais mais caras. Se a alteração não precisar de grandes obras, o custo começa em torno de R$ 400 por relógio, mas os valores podem chegar a R$ 3 mil em situações mais complexas por apartamento.

Aprovação da obra
Em ambos os casos - prédios já adaptados ou não - o investimento deve ser decidido em assembleia geral com pauta específica para o tema. O assunto é tratado como “obra útil” na maior parte das vezes, de acordo com síndicos. Isso significa que a obra aumenta ou facilita o uso do prédio e deve ser  aprovada pela maioria de todos os condôminos/proprietários.

Em alguns condomínios, o regulamento interno classifica a obra como “necessária” e a proposta pode ser aceita pela maioria dos presentes na reunião. “Às vezes existe uma certa resistência do proprietário para reformar por causa do custo para repor o acabamento, só que em 90% dos prédios dá para fazer a alteração para a medição individualizada em prédios antigos”, disse o vice-presidente de administração imobiliária do Secovi-SP, Hubert Gebara
‘Conta democrática’
Além de ajudar na economia de água, a individualização do hidrômetro deixa a conta mais justa. “Se eu tenho o hidrômetro individualizado, eu sinto no bolso. Se eu tenho um vazamento ou se meus filhos estão gastando muita água, a partir do momento em que o meu hidrômetro apontar um aumento, eu vou tomar uma providência”, explicou o vice-presidente do Secovi-SP. Essa também é a opinião de engenheiros do IPT.

Um conjunto de três torres na região central da cidade de São Paulo, onde vivem cerca de 1 mil pessoas, foi entregue pela construtora já com as instalações prontas, mas sem o equipamento para medição individual de água fria e quente. “A gente sabe quando você paga de modo geral, alguns acabam exagerando no consumo de água. Então o hidrômetro individual é mais democrático”, revelou o síndico do condomínio Sérgio Giamas.

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